Um hard drive externo até pode adicionar armazenamento ou fazer backup dos dados de um único PC. Mas quando o assunto é fazer backup automático de vários servidores e computadores simultaneamente, improvisar não adianta: O recomendado é usar um ou mais equipamentos desenvolvidos para esse fim.
Nessa hora, a dúvida é escolher entre servidores de backup baseados em fita ou disco. Confira as vantagens e desvantagens de cada sistema e faça suas apostas:
Backup em fita ou disco?
As tape libraries, autoloaders e sistemas de fita sempre foram muito populares dentro de grandes estruturas de TI, provendo backup para milhares de usuários e grandes bases de dados a custos realmente competitivos. Com a redução de preço dos hard disks, storages NAS tem avançado nesse mercado, incorporando ótimas ferramentas para esse fim e exigindo que gestores de TI repensem sobre o assunto. Confira as vantagens e desvantagens de cada um deles e escolha seu servidor de backup.
Vantagens do backup em fita
Armazenamento fácil – A maioria dos formatos em fita oferece uma grande capacidade de armazenamento, utilizando espaços físicos relativamente pequenos. Tape libraries e autoloaders quase não consomem espaço em rack e oferecem às empresas uma maneira fácil de fazer backup de nível corporativo, sem necessitar de salas inteiras para suportar seu hardware. Além disso, os consumíveis possuem boa capacidade de armazenamento, são pequenos e fáceis de guardar.
Replicação simples – Os cartuchos LTO permitem fácil duplicação, possibilitando armazenamento físico off-site em salas-cofres ou empresas especializadas para maior contingência em caso de desastre. Usuários que necessitam proteção adicional podem inclusive utilizar tapes com recursos de criptografia, melhorando a segurança do processo.
Confiabilidade – Os cartuchos de fita padrão LTO não são particularmente suscetíveis a danos físicos ou elétricos e, desde que corretamente utilizados e armazenados, podem manter dados por anos sem sofrer com a degradação de qualidade ou corrupção de arquivos.
Baixos custos totais – Os servidores de backup baseados em fita custam menos, além de possuírem baixo consumo de energia e de administração quando comparado a storages. Além disso, os consumíveis apresentam uma ótima relação de custo por terabyte e sempre tendem a diminuir seus preços, tornando essa relação ainda melhor no longo prazo.
Embora fitas tenham algumas vantagens em relação a outros tipos de backup, algumas empresas já concluíram que sistemas de armazenamento em disco ou nuvem proporcionam um melhor retorno de investimento. Vale lembrar que para funcionar corretamente, o backup em fita necessita de profissionais para manutenção e a verificação frequente do acervo, além de atualizações de hardware para manter o parque atualizado.
Desvantagens das fitas
Baixas velocidades de acesso – Alguns formatos de fita como o LTO usam sistemas de arquivos específicos, que permitem acesso relativamente rápido a arquivos individuais, porém sempre sequencial. Isso significa que o acionador tem que rebobinar a fita até o ponto certo para obter qualquer informação, e esse processo é bem mais lento que ter acesso direto aos dados (backup em disco).
Altos custos de instalação – A implementação de um novo sistema de fita requer um grande investimento. Acionadores, controladoras, cabos e cartuchos são apenas alguns dos custos envolvidos. Sistemas como esses também necessitam de profissionais qualificados para a manutenção e gerenciamento, seja operando, trocando as fitas ou mantendo-as em segurança.
Problemas potenciais nas mídias – Apesar das fitas LTO resistirem a danos físicos, elas sofrem desgaste gradual devido ao uso. A maioria dos cartuchos possuem vida útil estimada em 20 anos, porém fatores como umidade e temperatura fora dos padrões podem causar sérios problemas, impossibilitando a recuperação dos dados.
Capacidade limitada – Embora fitas ocupem menos espaço físico que sistemas de discos, sua capacidade sempre será limitada pelo padrão do formato utilizado. Apesar das fitas LTO 7 suportarem 6TB de dados sem compressão, muitas empresas que utilizam unidades de padrões anteriores sempre precisarão atualizar seus cartuchos para os novos padrões.
Servidores de backup baseado em discos
A utilização de unidades NAS como servidores de backup estão ganhando cada vez mais espaço dentro de datacenters e infraestruturas de TI. Diferentemente de sistemas de fitas que precisam de um host, essas unidades de armazenamento não necessitam de conexão direta a nenhum computador.
Vantagens do NAS para backup
Facilidade de implementação – Com apenas uma porta de rede padrão ethernet disponível é possível incluir um servidor NAS a qualquer rede LAN. Essa facilidade significa poder adicionar grandes volumes de armazenamento à infraestrutura em minutos, visíveis para qualquer computador conectado à rede. Assim, servidores NAS proporcionam backup de forma instantânea e sem nenhuma burocracia.
Velocidade – Servidores de backup baseados em disco permitem acesso direto aos dados. Com escrita e leitura de forma direta, cópias e restaurações são sempre feitas instantaneamente. Já sistemas baseados em fita como tapes drives ou autoloaders sempre exigem algum tempo para recuperação dos dados, pois as fitas não oferecem esse tipo de acesso.
Disponibilidade – Como estão vinculados à rede e não a um servidor, os drives NAS continuam disponíveis mesmo quando os computadores estão desligados. Isso significa não vincular todas operações a um único servidor, mantendo o serviço de backup sempre online mesmo que haja manutenção no equipamento principal.
Flexibilidade – Como estão sempre conectados à rede LAN, além de backup, NAS também podem funcionar como um repositório central para os dados de vários dispositivos. Por permitir a criação de múltiplos volumes, esses equipamentos permitem configurar áreas compartilhadas que disponibiliza arquivos, pastas ou volumes inteiros para diversos usuários.
Mobilidade de plataforma – Como as informações em disco estão sempre online, eventuais upgrades ou mudança no sistema de armazenamento não necessitam de acionadores, fitas ou trabalho manual. Basta mapear o novo volume e transferir as informações via rede.
Segurança – Como a maioria dos computadores, servidores NAS permitem configuração de arranjos RAID (matriz redundante de discos independentes). Isso significa espelhar dados entre diversos discos para evitar falha de hardware. Além disso, o acesso aos dados pode ser protegido por autenticação via login e senha, restrição de acesso por IP, criptografia, VPNs, etc.
Desvantagens do backup em disco
Apesar de muito eficiente, os sistemas de disco também possuem algumas limitações. Planos de backup eficientes normalmente contemplam o uso das duas soluções, mantendo o backup primário em disco e o secundário em mídia removível.
Preço – Embora o preço dos hard disks tenha diminuído significativamente nos últimos anos, é difícil competir com o preço por terabyte das fitas LTO. Isso torna a fita uma solução extremamente econômica para ambientes de grandes volumes armazenamento, como datacenters e infraestruturas com vários terabytes / petabytes.
Escalabilidade – Ao comparar a escalabilidade de um sistema de fita com soluções baseadas em disco, as unidades de fita são infinitamente escaláveis, porque sempre será possível comprar mais fitas. E isso não envolve expansão em volumes de armazenamento, qualquer manipulação de conjuntos de dados ou a compra de novos equipamentos, como acontece nas soluções baseadas em disco.
Transporte de dados – Sistemas baseados em fitas permitem manter cópias de segurança longe da área de produção. Além disso, caso haja necessidade de migrar dados para outra instalação física, a cópia de informações em fita sempre permitirá levar fisicamente os cartuchos com dados do backup para fins de recuperação de desastre.
Mesmo que o ambiente principal possua conectividade de rede para um local secundário, grandes quantidades de dados sempre serão transportadas mais facilmente por meio de fita do que através de transmissão via link de dados.
A hora da decisão
Para decidir se servidores de backup em fitas são uma opção apropriada para a empresa, considere se é necessário fazer backup completo do sistema regularmente. Além disso, calcule o tempo utilizado para atualizar seus sistemas e a necessidade de manter cópias físicas do backup. Se a maioria das respostas for não, sistemas de discos podem funcionar bem, dispensando inclusive o backup secundário em mídia removível.
A principal razão pela qual algumas empresas ainda não usavam backup de disco era o custo. Embora o recurso de restauração quase instantâneo no sistema “de disco para disco” possa economizar muito no tempo de inatividade, a verdade é que ele requer muito espaço em disco, as vezes tornando o investimento inviável.
Planos de backup baseados em discos que possuem o mesmo nível de RAID nas matrizes de produção e servidores de backup necessitam de investimento dobrado, apesar de serem quase infalíveis. Discos SATA tem desempenhado um papel importante nesses casos, substituindo discos SAS e barateando muito o custo por terabyte nas unidades de backup.
Analisando pelo ponto de vista da segurança, a facilidade de transportar as fitas LTO com dados de backup para outros locais também pode ser considerada uma falha no sistema. Um funcionário mal-intencionado pode facilmente sair com as fitas contendo dados confidenciais, sendo que a mesma situação é menos provável de ocorrer com sistemas em disco.
Arranjos de disco geralmente são monitorados por software, principalmente aqueles que estão ativos. Roubar dados de um disk array envolve copiar os dados para outro meio de armazenamento, o que leva tempo e exige conhecimento, enquanto o roubo de fitas permite acesso rápido e imediato aos dados armazenados.
O ponto mais importante desse assunto é a propor uma real proteção aos dados, com o menor impacto para a empresa e menor tempo de recuperação possível. Por isso a recomendação é sempre estressar o modelo, seja ele para servidores em fita ou disco, buscando os pontos de falha possíveis. Para um plano de backup realmente robusto, a sugestão é simular periodicamente a restauração dos dados de produção, registrando o tempo parado (downtime) e analisando os resultados. Verifique ainda questões importantes como a necessidade de versionamento, o incremento da base no decorrer do tempo e a possibilidade de replicação das informações vitais para outros sites.