Segundo o jornal britânico The Sunday Times, agentes secretos da Rússia foram pegos, investigando os cabos submarinos que ligam a Europa à América do Norte. Ainda não se sabe qual o propósito de tal ação, mas o corte de algum dos cabos pode levar vários países ficarem sem internet. O fato de um país ficar desconectado da “rede”, influenciará também negativamente a sua economia.
De acordo com o Business Insider, ao todo são mais de 300 os cabos submarinos no fundo dos oceanos que são responsáveis por 97% de todo o tráfego intercontinental. Ao todo são mais de 900 mil quilometros de cabos submarinos.
A localização dos cabos submarinos, podem facilmente ser verificados através de imagens que estão disponíveis na internet ou serviços, como é o caso do site Submarine Cable.
As entidades policiais irlandesas suspeitam que os agentes russos pretendiam encontrar formas de interceptar as comunicações. O objetivo poderá ser o monitoramento das transações financeiras e as comunicações estabelecidas entre os Estados Unidos e a Europa. No entanto, tal pode ser também uma “forte arma” do governo russo para demonstrar a sua força ao ocidente.
Importante citar que na Irlanda estão também Datacenters de vários serviços digitais relevantes que pertencem a empresas como a Google, Facebook, Airbnb ou o Twitter.
Agentes de inteligência russos foram enviados à Irlanda para fazer a localização exata de cabos submarinos que conectam a Europa à América do Norte, e isso esta aumentando o receio de que planejem usá-los ou até cortá-los, informou o Sunday Times.
A vasta rede de cabos submarinos que circulam nos oceanos do mundo, alimentam a Internet, chamadas e transações financeiras globais. Cerca de 97% de todos os dados intercontinentais são transferidos por esses cabos, de acordo com o fórum de cooperação econômica da Ásia-Pacífico.
A Irlanda é um local ideal para esses mapas submarinos, dada a sua proximidade com a América do Norte e Europa. Em 2015, a empresa de telecomunicações irlandesa Aqua Comms montou um cabo de US $ 300 milhões para conectar os EUA a Dublin e a Londres e o continente europeu,informou o Irish Examiner.
Outra razão para a presença dos russos pode ser o lugar de Dublin como um dos maiores centros de tecnologia da Europa, pois as autoridades suspeitam que os agentes também possam estar espionando grandes empresas de tecnologia, de acordo com o The Times. Google, Airbnb, Facebook e Twitter têm sedes na cidade.
O país também se apresenta como um alvo ideal para os russos, disse ao The Times Mark Galeotti, especialista em crimes transnacionais e segurança russa no think tank do Royal United Service Institute.
“A Irlanda não possui capacidade de contra-inteligência. É um alvo relativamente suave. A Irlanda é um importante nó da internet global. Possui uma grande concentração de empresas de tecnologia”, afirmou. “Este é o novo espaço de batalha do futuro.”
As notícias da chegada dos agentes russos à Irlanda provocaram preocupações de que a Rússia acelere sua guerra de informações cortando ou adulterando os cabos, o que poderia atrapalhar as transações financeiras globais ou até colocar países inteiros offline.
John Sipher, um oficial aposentado da CIA, em Moscou, disse ao Times que há uma grande chance de os agentes estarem espionando ou planejando cortar as comunicações.
“Eles também podem querer mostrar sua capacidade de ameaçar o Ocidente”, disse ele ao jornal britânico. “Nosso FBI pegou russos tentando obter acesso a cabos subaquáticos, incluindo as áreas onde eles chegam à terra”.
“Eles também estão buscando obter acesso físico a roteadores e nós de comunicação”, acrescentou Sipher.
Os países ocidentais temem há muito tempo que a Rússia possa cortar cabos submarinos e interferir na economia global e no modo de vida.
O marechal-chefe da Aeronáutica Sir Stuart Peach, o oficial militar mais alto do Reino Unido, disse em dezembro de 2017: “Há um novo risco em nosso modo de vida, que é a vulnerabilidade dos cabos que atravessam os fundos marinhos”.
“Você pode imaginar um cenário em que esses cabos sejam cortados ou interrompidos, o que afetaria imediata e potencialmente catastroficamente a economia e outras formas de vida?”
Navios russos foram vistos em 2018 nas proximidades de cabos de fibra ótica submarinos vitais, provocando mais especulações de que o Kremlin estava encontrando uma nova maneira de espionar.