Muitas empresas investem pesado na compra de servidores ou storages, montam arranjos de discos para evitar a interrupção dos serviços e acreditam que isso já é suficiente para a proteção contra a perda dos dados.
Esse falso conforto é quase justificado, afinal um sistema com uma matriz RAID 6 suporta a falha simultânea de até dois discos no mesmo servidor ou storage e mesmo assim continua funcionando, sem a necessidade de interromper os serviços.
O maior problema é que outros componentes do sistema também falham. Controladoras de disco, placas mães e fontes de alimentação também podem parar de funcionar, quase sempre causando a perda de dados.
Onde começa a confusão?
Pequenas e médias empresas nem sempre enxergam esse cenário corretamente e até investem em servidores ou storages primários recheados de componentes de alta disponibilidade, mas simplesmente renunciam a manter um plano de backup robusto.
A falsa ideia que um arranjo de disco é um lugar seguro para abrigar simultaneamente os dados que estão em uso na produção e as cópias de backup sempre causa a perda de dados.
A primeira regra para um backup eficiente é separar as cópias dos dados de uso do ambiente de produção, mantendo pelo menos duas fontes de recuperação confiáveis e longe dos servidores e storages de uso.
O que é um bom plano de backup?
Os backups devem ser feitos regularmente, com frequência determinada e de forma automática. Além disso, as rotinas de backup precisam ser testadas regularmente.
Um bom plano de backup contempla o tipo de informação que precisa ser protegida, a velocidade que esses dados serão copiados, o tempo de recuperação em caso de problemas e as ferramentas que serão usadas para esse fim.
Qualquer sistema de backup profissional comtempla um ou mais softwares para esse fim, o tipo de banda de transmissão usada, o tempo necessário e os dispositivos físicos que receberão as cópias de segurança.
Ter cópias dos dados sempre atualizadas é uma forma segura de evitar a perda de dados, desde que um de seus backups esteja fora da área de produção e seja armazenado em um local diferente, como um storage NAS.
Quem precisa de proteção extra pode manter outra cópia dos dados num dispositivo remoto, seja um storage de outra filial ou um provedor de nuvem.
Essa proteção adicional geralmente é mais lenta, difícil de restaurar e mais cara de manter, porém pode ajudar muito em grandes catástrofes como furtos, incêndios e panes elétricos, que danificam toda a estrutura física da empresa.
RAID não é um backup
Seu NAS pode ter uma matriz RAID 5 ou RAID 6 configurada, inclusive contando com discos “spare” prontos para funcionar em caso de pane. Nesses casos, até dois ou três discos do arranjo RAID podem falhar. Mas isso não é suficiente para manter seus dados de backup seguros?
Não é. Uma falha de hardware do controlador de disco, numa placa lógica, no firmware ou driver do storage NAS ou servidor pode corromper todos os dados gravados, apesar de toda a segurança proporcionada pelo disk array.
Mesmo com essa proteção de hardware, sempre é possível alguém excluir proposital ou acidentalmente os backups ou ainda um software malicioso (malware) criptografar os dados para obter resgate.